
A partir da próxima quinta-feira (25), Salvador se tornará o epicentro de um grande movimento pela conservação da vida marinha com o início do Festival das Baleias 2025. Durante quatro dias, a cidade, que possui uma conexão intrínseca com o oceano, abrigará uma extensa agenda que une ativismo, cultura e pesquisa científica. O objetivo é fortalecer o vínculo da população com o ambiente marinho e celebrar a passagem das baleias-jubarte, que anualmente visitam a costa baiana.
Ciência, Comunidade e Futuro
No coração do festival está a 3ª Conferência Oceânica do Brasil, que este ano adota um formato inovador para popularizar o debate ambiental. Rompendo com o modelo de encontros acadêmicos tradicionais, a organização, liderada pelo Instituto Redemar Brasil, promoverá um diálogo horizontal e inclusivo. A proposta é reunir, em um mesmo espaço de troca, cientistas, estudantes, representantes de comunidades tradicionais — como quilombolas e povos originários —, empresários e formuladores de políticas públicas para debater os rumos da conservação.
O encontro busca valorizar a chamada “Ciência das Comunidades”, uma abordagem que reconhece o saber popular e ancestral como peça-chave para a criação de soluções ambientais eficazes e conectadas com a realidade local. A conferência se firma, assim, como um espaço para construir pontes entre diferentes formas de conhecimento, visando um futuro mais sustentável e justo para todos que dependem do oceano.
Um dos legados mais importantes do evento será o debate para a inclusão do “Curriculum Azul” na base curricular brasileira. A iniciativa pretende inserir formalmente a educação sobre os oceanos e a Amazônia Azul na formação de novas gerações. O objetivo é transformar estudantes de espectadores a protagonistas na proteção do patrimônio marinho, criando uma cultura de pertencimento e responsabilidade desde a escola.
A Arte que Conecta a Cidade ao Mar
Para além do pilar científico, o Festival das Baleias levará sua mensagem para as ruas de Salvador por meio de manifestações artísticas. A principal delas é a “Whale Parade”, uma exposição a céu aberto que espalhará pela cidade esculturas de baleias confeccionadas com materiais reciclados. A intervenção busca diminuir a distância simbólica entre o cotidiano urbano e a imensidão do oceano, transformando espectadores em guardiões do meio ambiente.
A programação aberta ao público contará ainda com a exposição “Gente que festeja o mar”, que explora as tradições populares soteropolitanas e sua forte conexão com as águas. Estão previstas também ações de limpeza de praias, como o mutirão “O Mar não está para plástico”, e o simbólico “Abraço ao Farol da Barra”, com alunos da primeira escola estadual azul da Bahia. Para uma experiência direta com as gigantes do mar, serão organizadas saídas para o avistamento de baleias, guiadas por pesquisadores do Projeto Baleias Soteropolitanas e da REDEMAR Brasil.