
No ano em que o mundo volta os olhos para as quatro décadas de reconhecimento internacional da arquitetura e da história soteropolitana, um dos guardiões mais vocais dessa memória prepara um gesto de resistência e afeto. Nesta quarta-feira, 03 de dezembro, às 16h, o agitador cultural, escritor e jornalista Clarindo Silva realizará uma cerimônia na icônica Cantina da Lua para marcar os 40 anos do tombamento do Centro Histórico de Salvador como Patrimônio da Humanidade pela UNESCO.
O evento, embora solene, carrega a simplicidade e a profundidade que caracterizam a atuação de Clarindo no território. O ponto alto será a instalação de uma placa em mármore que eterniza não apenas a data, mas um manifesto. A inscrição — “Ainda há muito por se fazer. Centro Histórico preservar para perpetuar” — serve como um lembrete perene de que o título concedido pela organização internacional não é um fim em si mesmo, mas um compromisso contínuo de manutenção, vivência e dignidade.
Um Chamado à Consciência Coletiva
A iniciativa, parte integrante do Projeto Cultural Cantina da Lua, transcende a mera celebração. Para Clarindo, o mármore fixado nas paredes do casarão histórico funciona como um grito de alerta. “O tombamento do Centro Histórico foi um grito de alerta para toda a humanidade, mas a verdade é que ainda precisamos encontrar formas de conscientizar sobre a importância deste lugar por sua grandiosidade, beleza arquitetônica e história”, analisa.
Ao convocar a sociedade para este ato, o jornalista reforça que a responsabilidade sobre o Pelourinho ultrapassa as fronteiras da gestão municipal ou estadual. Ele evoca o conceito de “humanidade” presente no título da UNESCO para exigir uma mobilização global e, ao mesmo tempo, íntima de cada cidadão. A placa é, portanto, um marco físico de uma luta diária pela requalificação real e humana deste espaço.

A União das Forças do Território
A cerimônia desta quarta-feira será também uma demonstração de força da comunidade que vive e respira o Centro Antigo. O ato reunirá representantes de entidades fundamentais para a dinâmica do bairro, como o Sindicato dos Guias de Turismo do Estado da Bahia, a ACOPELÔ (Associação Comercial do Pelourinho), o Montepio dos Artistas, os Guias Independentes e a bicentenária Sociedade Protetora dos Desvalidos.
A presença dessas instituições, ao lado de artistas e figuras emblemáticas da região, reafirma que o Pelourinho continua vivo não apenas por suas pedras e igrejas, mas pelas pessoas que insistem em perpetuar sua história. O gesto de Clarindo Silva, mais do que uma homenagem ao passado, é uma convocação para garantir o futuro deste patrimônio.
Para saber mais sobre o contexto histórico deste reconhecimento internacional, você pode visitar a página oficial da UNESCO sobre o Centro Histórico de Salvador: https://whc.unesco.org/en/list/309











