Cantina da Lua se torna palco de ato simbólico em defesa da memória do Pelourinho

Clarindo Silva lidera homenagem aos 40 anos do título de Patrimônio da Humanidade com instalação de marco em mármore nesta quarta-feira.
Publicado em 1 de dezembro de 2025

No ano em que o mundo volta os olhos para as quatro décadas de reconhecimento internacional da arquitetura e da história soteropolitana, um dos guardiões mais vocais dessa memória prepara um gesto de resistência e afeto. Nesta quarta-feira, 03 de dezembro, às 16h, o agitador cultural, escritor e jornalista Clarindo Silva realizará uma cerimônia na icônica Cantina da Lua para marcar os 40 anos do tombamento do Centro Histórico de Salvador como Patrimônio da Humanidade pela UNESCO.

O evento, embora solene, carrega a simplicidade e a profundidade que caracterizam a atuação de Clarindo no território. O ponto alto será a instalação de uma placa em mármore que eterniza não apenas a data, mas um manifesto. A inscrição — “Ainda há muito por se fazer. Centro Histórico preservar para perpetuar” — serve como um lembrete perene de que o título concedido pela organização internacional não é um fim em si mesmo, mas um compromisso contínuo de manutenção, vivência e dignidade.

Um Chamado à Consciência Coletiva

A iniciativa, parte integrante do Projeto Cultural Cantina da Lua, transcende a mera celebração. Para Clarindo, o mármore fixado nas paredes do casarão histórico funciona como um grito de alerta. “O tombamento do Centro Histórico foi um grito de alerta para toda a humanidade, mas a verdade é que ainda precisamos encontrar formas de conscientizar sobre a importância deste lugar por sua grandiosidade, beleza arquitetônica e história”, analisa.

Ao convocar a sociedade para este ato, o jornalista reforça que a responsabilidade sobre o Pelourinho ultrapassa as fronteiras da gestão municipal ou estadual. Ele evoca o conceito de “humanidade” presente no título da UNESCO para exigir uma mobilização global e, ao mesmo tempo, íntima de cada cidadão. A placa é, portanto, um marco físico de uma luta diária pela requalificação real e humana deste espaço.

A União das Forças do Território

A cerimônia desta quarta-feira será também uma demonstração de força da comunidade que vive e respira o Centro Antigo. O ato reunirá representantes de entidades fundamentais para a dinâmica do bairro, como o Sindicato dos Guias de Turismo do Estado da Bahia, a ACOPELÔ (Associação Comercial do Pelourinho), o Montepio dos Artistas, os Guias Independentes e a bicentenária Sociedade Protetora dos Desvalidos.

A presença dessas instituições, ao lado de artistas e figuras emblemáticas da região, reafirma que o Pelourinho continua vivo não apenas por suas pedras e igrejas, mas pelas pessoas que insistem em perpetuar sua história. O gesto de Clarindo Silva, mais do que uma homenagem ao passado, é uma convocação para garantir o futuro deste patrimônio.

Para saber mais sobre o contexto histórico deste reconhecimento internacional, você pode visitar a página oficial da UNESCO sobre o Centro Histórico de Salvador: https://whc.unesco.org/en/list/309